quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Palestra do Condutor da Igreja Mor Tsu - Hatsuo Kubo, em 07 de Setembro de 2014


Na presença de numerosas pessoas que vieram e deixaram seus afazeres para comparecer no dia de hoje, gostaria de expressar minhas felicitações pela realização da alegre e animada cerimônia mensal do mês de julho. A minha participação, hoje, na cerimônia, é uma visita de doutrinação da igreja mor, e gostaria da atenção de todos por alguns minutos, para explanar um pouco sobre minhas reflexões recentes.

Esse ano, é o segundo ano dos 3 (três) anos mil dias que antecedem a celebração dos 130 anos do ocultamento físico de Oyassama, e já passamos por mais da metade desse ano. Assim, passados mais da metade dos 3 anos mil dias, podemos dizer que entramos na segunda fase da preparação para os 130 anos do ocultamento físico de Oyassama. Embora nos sentimos alegres pelas maravilhosas graças recebidas e por passar bem, sem maiores contratempos, o primeiro período, nessa nova fase, devemos repensar o significado do decenário de Oyassama, e ao mesmo tempo, devemos relembrar a determinação espiritual feita inicialmente e refletir e analisar, humildemente, sobre o quanto avançamos nas metas colocadas nessa determinação, e, visando a intenção de Oyassama eternamente viva como meta, vamos determinar o espírito com mais dedicação rumo à celebração dos 130 anos do ocultamento físico de Oyassama, pois, acredito que isso sim, é a forma digna de um seguidor do caminho atravessar esse período gratificante. Então, hoje, juntamente com os senhores, com base nos ensinamentos, gostaria de refletir novamente sobre o decenário de Oyassama.

A celebração do decenário de Oyassama será em Jiba, com o serviço de kagura, da mesma forma que ocorreu na celebração dos 120 anos de Ocultamento Físico de Oyassama. Esse serviço sagrado, como já sabem, há um número determinado de participantes, e não participam condutores de igrejas ou yobokus seguidores. No entanto, jamais podemos dizer que não temos qualquer relação com a comemoração do decenário de Oyassama somente porque não participamos diretamente desse serviço sagrado. Embora não participemos diretamente, para aqueles que seguem o caminho da vida plena de alegria de Oyassama, a evolução espiritual é algo fixo em cada um, e nessa época do decenário, se buscarmos renovar e evoluir o espirito, poderemos receber plenamente a proteção verdadeira e alegre.

A celebração do decenário de Oyassama, iniciou-se pelo ocultamento físico da Oyassama, que abreviou 25 anos de sua vida. Com o ocultamento físico de Oyassama, para os fervorosos seguidores daquela época, além do susto, sentiram uma grande tristeza no coração, levando-os a uma situação de desesperança. Entretanto, para os professores daquela época, embora desnorteados, puderam compreender o ocorrido com base nos ensinamentos, que refletiram, em primeiro lugar, que o mais importante era, diante desse grande nó, compreender o sentimento de Oyassama, e descobrir o profundo e verdadeiro significado do desejo de Deus Parens no ocultamento físico de Oyassama. Ao consultarem a intenção divina através do Sr. Izo Iburi, compreenderam que o motivo pelo ocultamento físico se deu em razão da pressa na evolução espiritual de seus queridos filhos e, principalmente, daqueles que se dedicavam no caminho de Oyassama. Ou seja, a profunda intenção de Deus, através desse grande nó que foi o ocultamento físico de Oyassama, era a evolução espiritual das pessoas além que já haviam evoluído, o mais rápido possível. Nesse acontecimento, pode-se sentir a imensa, verdadeira e calorosa intenção de Deus Parens.

Pensando nas circunstâncias da época em que Oyassama se ocultou fisicamente, o significado da chegada do decenário de Oyassama, de acordo com o ensinamento, está relacionado, principalmente, com a “evolução espiritual” de cada um.

Mas, como podemos definir o espírito humano? O espírito humano não é algo que possa ser visto ver nem ouvido. Assim, como o espírito humano não pode ser visto nem ouvido, costuma-se não pensar nele, e, as pessoas comuns não dão muita importância para isso. No entanto, o que pode ser considerado uma de evolução espiritual e como saber se houve evolução espiritual. Ou, até mesmo, como quantificar a nossa própria evolução espiritual? É preciso refletir sobre isso.

Entendo que, começa-se a evoluir espiritualmente quando se percebe que há a proteção de Deus Parens, por meio das dez providências, mesmo nas coisas que até então entendia-se como “normal” e não dava-se a menor importância. No entanto, existem “as graças que não são sentidas como graças”. Ou seja, quando ocorre algo bom, qualquer pessoa se alegra com a maravilhosa graça recebida. No entanto, quando ocorre algo ruim, não se consegue relacionar esse mau acontecimento como uma graça recebida, ou, as vezes, nem se quer aceitar como uma graça. O fato de não aceitar os acontecimentos, é um sentimento próprio do ser humano. Dessa forma, quando ocorre algo ruim a nós, é preciso refletir profundamente, e compreender que nos fatos dolorosos é que é possível encontrar a verdadeira orientação da evolução espiritual.

Por isso, quando o espirito começa a evoluir, por mais que não se possa enxergar ou perceber em palavras, sem dúvida, irá começar a nascer o sentimento de alegria e gratidão no coração.

No Hino Sagrado temos,

         Não façam pedidos absurdos, tornem o seu espírito único.

(Verso 6 do Hino 3)

Este verso nos ensina o significado e a maneira que devemos solicitar um pedido a Deus através da nossa fé.

Podemos ver que neste verso dizPedidos Absurdos, então, o que se entende por esse talPedido Absurdo?

Deus Parens é o pai de toda humanidade, e sempre ouvimos que pela visão de Deus somos todos seus queridos filhos. Agora, pela visão dos pais em relação aos seus filhos, não é diferente. Os pais por amarem seus filhos têm a tendência de querer realizar quaisquer pedidos solicitados pelos filhos. Isso significa que, para os pais, não existe pedido absurdo feito pelos filhos. Então, qual seria o significado do pedido absurdo do hino sagrado?

Acredito que muitos aqui presentes já regressaram a JIBA. Ao regressarmos a Jiba, só de solicitarmos, conseguimos adquirir um Amuleto, que chamamos de Amuleto Prova, pois, serve como prova do nosso regresso a JIBA. Este precioso Amuleto que recebemos é confeccionado com as vestes de Oyasama, que é oferendado em seu altar, e, em seguida, cortada em pequenos pedaços, coloca-se o nome de DEUS ao centro. E, a partir do momento que recebemos o Amuleto, recebemos também as palavras de Oyasama, que sãoProteger o espírito é proteger o corpo.

 “Proteger o Espírito” significa passar o dia-a-dia cumprindo os ensinamentos de Oyasama. E, “Proteger o Corpo” significa receber a graça de Deus Parens pelo nosso corpo emprestado. Ou seja, se praticarmos no dia-a-dia os ensinamentos de Oyasama, sem nos esquecermos, nosso corpo receberemos a graça em nosso corpo, sem que percebamos. Mas, caso esqueçamos de praticar os ensinamentos de Oyassama ou relaxemos o espírito, nosso futuro poderá se tornar incerto e imprevisível.

Esse Amuleto Prova, conforme é nos ensinado, nos instrui que, para ter fé, não basta somente conhecer os ensinamentos, pois, o mais importante, é praticar esse ensinamento.

Com isso, já podemos ter uma ideia do significado do “Pedido Absurdo” mencionado num verso do hino 3.

Na nossa fé é ensinado que devemos trilhar o caminho e cada um deve seguir o seu próprio caminho. Como esse é o caminho para evoluirmos espiritualmente, durante o percurso, as vezes, sem perceber, acabamos tendo reflexões humanas. Embora acreditemos na fé, todos temos momentos em que desconfiamos se realmente existe a graça e dos resultados mostrados. Por exemplo, há momentos em que acreditamos por um lado, mas por outro, desconfiamos. Isso ocorre quando fazemos pedidos pela boca, mas nosso coração fica cheio de desconfiança e preocupações. Deus Parens, vendo isso, acaba postergando a graça a ser recebida, até que seja reformulado o espirito. Imagino que são esses pedidos que são os “pedidos absurdos” do hino 3 dos hinos sagrados.

Em seguida, a palavra “único” do verso “tornem o seu espírito único”, significa que o ensinamento da Tenrikyo é o último ensinamento de Deus Parens. Imagino que muitos já passaram por diversas outras religiões existentes neste mundo antes de conhecerem os ensinamentos da Tenrikyo. Entretanto, após iniciarem na caminhada desta fé, nós do caminho, não iremos simplesmente agradecer e esquecer as outras religiões que existem. Foi nos dito que as religiões que existiam antes do início da Tenrikyo, surgiram, cada qual, em sua época certa. Pensando num número de 10 religiões, existiam 9, e ainda faltava o último, que é o ensinamento sobre a Origem da Humanidade, Deus Parens e Oyassama. Por isso, podemos trilhar tranquilamente neste caminho da fé, pois é como se todas as outras religiões estivessem inclusas neste ensinamento. No entanto, caso estejam interessados neste maravilhoso caminho, mas possuem desvios ou dúvidas no espírito, poderá surgir dois ou três caminhos neste espírito. Nós, após termos ciência de que este é o último ensinamento conforme Oyassama no ensinou, devemos trilhar e acreditar unicamente neste caminho, eessa é a verdadeira postura de um seguidor que será aceito por Deus Parens.

Mudando um pouco de assunto, gostaria de solicitar a permissão dos senhores para explanar um pouco sobre algumas reflexões que fiz no ano passado.

Vou falar sobre um fato que ocorreu quando fui fazer reverência em uma igreja. Ao término do serviço sagrado (otsutome), uma senhora veio até mim, e disse que queria conversar sobre sua filha. E ela me contou que, cinco anos atrás, sua filha, pouco a pouco, começou a perder o movimento das mãos. Com o passar do tempo, o problema começou a agravar, as mãos tremiam e ela tinha muita dificuldade em escrever, chegando ao ponto de não conseguir nem mais segurar uma caneta. Isso a deixou muito abalada, levando-a a deixar o emprego e a não sair mais de casa. Logo ela foi levada ao hospital e ao ser examinada, foi constatado um grau leve de depressão e recebeu tratamento, porém, não houve melhoras, e desde então, por 5 anos, não saiu mais de dentro da casa. E, isso estava deixando essa senhora muito preocupada. Como mãe, por diversas vezes falou sobre os ensinamentos da Oyassama, mas sua filha simplesmente ignorava, e essa senhora já estava quase desistindo. No entanto, neste ano, sua filha, por vontade própria, disse que gostaria de ser salva por Oyassama. E antes que ela mudasse de idéia, resolveu trazê-la a igreja naquele dia.

Pensando ser uma boa oportunidade, resolvi falar um pouco sobre Deus-Parens, e pedi para que viesse conversar comigo.

Falei para ela sobre a “coisa emprestada e tomada emprestada” e também, que a nossa alma é o nosso único bem próprio e que devemos ter gratidão por Deus-Parens ter nos concedido total proteção ao nosso corpo, até o dia de hoje. E como tinha ouvido que, na fé, ela era da terceira geração, falei que não havia o que se preocupar, pois, o mestre da primeira geração, embora, por ser um ser humano, fizesse pedidos para si, com certeza não deixou de se dedicar firmemente ao caminho, para que seus filhos e netos tenham uma vida tranquila. E, nestes momentos difíceis é que os acúmulos de virtudes das gerações anteriores começam a transparecer. Além disso, falei que esse caminho é trilhado por cada um, individualmente, e que, por isso, a partir de agora, era importante que ela seguisse o caminho com o seu próprio coração e frequentasse a igreja para buscar os ensinamentos da Oyassama. E, para a mãe que estava sentada ao lado, perguntei-lhe quantas vezes tinha ministrado o sazuke depois de descobrir a doença da filha, e ela disse me que estava ministrando uma vez por mês. Ministrar o sazuke uma vez por mês não é algo ruim, mas se deseja receber a salvação extraordinária, deve-se ministrar ao menos uma vez por dia. E assim, fiz esse pedido e ministrei o sazuke na filha dessa senhora.

         Depois de três meses, perguntei para a mãe como as coisas estavam indo, e ela respondeu que graças a Deus, depois daquele dia, a filha estava com o rosto mais alegre e as suas mãos estavam tremendo menos. Graças a isso, estava muito feliz e passou a ter esperança em voltar a trabalhar. Estava realmente muito agradecida por receber a graça maravilhosa.

         Através dessa salvação, pude perceber que, acreditando unicamente em Deus-Parens, ele irá nos mostrar a salvação maravilhosa e alegrar o espírito. E, novamente, pude sentir, como se Oyassama estivesse me esse ensinamento, o grande valor deste derradeiro ensinamento.

         Bom, pode ser um pouco repetitivo, mas, estamos na segunda metade dos três anos mil dias que antecedem os 130 anos do Ocultamento Físico de Oyassama. Entendemos que esta é uma época oportuna em que podemos receber a razão real. Então, vamos, mais uma vez, refletir profundamente sobre a razão da época oportuna e ter a consciência de que esta é uma época para evoluirmos e amadurecer o espírito de forma renovada, e mostrar à Oyassama, eternamente viva, uma determinação firme. Acredito que essa determinação firme é que é o mais importante. Espero que nessa caminhada da segunda metade até o decenário, muitas pessoas possam regressar a Jiba com espírito amadurecido e tranquilizar Oyassama eternamente viva. Tendo como meta o Decenário de Oyassama, é claro que gostaria que o maior número de pessoas pudessem regressar à Jiba, mas, além disso, gostaria que regressassem com o espírito determinado a algo. Por exemplo, regressar com o desejo de receber o Amuleto Prova (Omamori) ou Permissão do Parto Feliz (Obiyayurushi). Ou ainda, receber o dom da Concessão Divina (ossazuke), fazer o curso de formação espiritual (shuyoka) ou o curso de Habilitação para mestres do caminho (Kyoto shikaku), que nesta época oportuna, é realmente gratificante e uma ótima oportunidade para a maturação espiritual e muito importante. Para as pessoas que já concluíram esses cursos, poderiam convidar outras pessoas a regressarem à Jiba, que seria um excelente gesto de evolução espiritual. Se cada um de nós, tendo uma determinação concreta, e seguirmos unicamente sem desviar o objetivo de formar novos seguidores, mesmo com dentre as dificuldades, tenho a convicção de que Oyassama irá nos conceder os dias de muita alegria e gratidão.

         Sei que todos já estão se esforçando ao máximo nesta época oportuna e que já adentraram nessa segunda fase do 3 anos mil dias, mas, gostaria, do fundo do coração, que todos visassem como meta a Oyassama eternamente viva, deixando a meta objetivada pelo ser humano, sempre trilhando o caminho da maturação espiritual animados. E assim, gostaria de encerrar a palestra. Muito obrigado pela atenção de todos.

 

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